Ministério da Saúde e BNDES assinam o contrato de estruturação do INCA

Objetivo é centralizar as 18 unidades do Instituto Nacional de Câncer existentes no Rio de Janeiro para integrar assistência, ampliar serviços e fomentar pesquisa. Qualificado o PPI, o investimento chega a R$ 1,1 bilhão

Atualizado em 26/11/2024

O campus do Instituto Nacional de Câncer (INCA), referência em oncologia no Brasil, será transformado em um centro de desenvolvimento científico e inovação tecnológica para assistência a pacientes e integração das áreas do instituto. Na quinta-feira (14), Ministério da Saúde, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e INCA assinaram o contrato para estruturação do projeto. O objetivo é transformar a infraestrutura em um moderno centro de excelência, centralizando as 18 unidades do INCA existentes no Rio de Janeiro em um único complexo. A estimativa de investimento no projeto, que também conta com a parceria da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil, é da ordem de R$ 1,1 bilhão.

O novo modelo integra desenvolvimento científico, formação profissional especializada e assistência voltada a cada paciente. Segundo a ministra Nísia Trindade, uma iniciativa para fortalecimento da atuação do INCA em pesquisa e, consequentemente, no desenvolvimento nacional de terapias. “Esse é um projeto de avanço na política de média e alta complexidade para assistência ao câncer, uma prioridade da nossa gestão. Ação que mostra associação entre investimento privado, com apoio do BNDES e, sobretudo, a ideia de tudo isso ser voltado para melhoria da gestão, também com recursos do Novo PAC”, explicou. “É o modelo capaz de oferecer custo-efetividade no combate a essa doença que se expande no Brasil e sufoca sistemas de saúde em todo o mundo”, acrescentou.

Este é o primeiro projeto de parceria entre instituições públicas e privadas na área da saúde e prevê a construção de um novo prédio, reforma do antigo e prestação serviços não assistenciais para até 450 leitos, buscando o controle da doença no país. Os serviços assistenciais e médicos continuam sob responsabilidade dos servidores públicos, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento público e gratuito, sob gestão do Ministério da Saúde.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, declarou que, com a parceria, o INCA terá infraestrutura hospitalar de maior qualidade e com melhores condições de trabalho para os profissionais da saúde e de atendimento à população, com aumento na oferta de leitos de internação. “Além disso, resultará em benefícios para o sistema de saúde, como a otimização de recursos, a redução de custos, a unificação de múltiplos contratos, a modernização das instalações e a criação de sinergias operacionais”, explicou.

Nesse contexto, o projeto vai possibilitar a redução significativa de despesas hoje replicadas nos diversos endereços do INCA e ainda ampliar a oferta de serviços, como: equipamentos radioterapia, leitos de internação, leitos de CTI/Semi-Intensiva, salas cirúrgicas e poltronas de quimioterapia.

Segundo Mercadante, com o projeto, o INCA fortalece o desenvolvimento de novas terapias para controle do câncer. “Essa estruturação marca um avanço significativo na área de saúde no Brasil e reforça o compromisso do governo do presidente Lula com a inovação e a eficiência na gestão dos serviços de saúde pública”, disse.

O projeto inclui o retrofit de um edifício existente na Praça da Cruz Vermelha e a ampliação do complexo com a construção de três novos edifícios em um terreno adjacente cedido pelo governo do estado do Rio de Janeiro. Esse novo complexo vai abranger áreas de alta complexidade no tratamento, pesquisa, ensino, prevenção e gestão na área do câncer.

João Viola, diretor do INCA em exercício, fez uma análise sobre o cenário da doença no país. “Nós evoluímos muito nos últimos anos quanto ao tratamento, diagnóstico e prevenção, mas o câncer ainda é um grande desafio, principalmente por ser uma doença do envelhecimento, na maioria das vezes. O câncer é a segunda causa mortis no Brasil e pode se tornar a primeira nos próximos anos. Por isso a importância de valorizar e expandir instituições como o INCA que fazem essa assistência à saúde, além de pesquisa e ensino”, declarou.

Legenda: Foto: Walterson Rosa/MS

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