Entre os dias 7 e 8 de maio, o Governo brasileiro apresentou o portfólio de investimentos a investidores no Kuwait com o objetivo de divulgar oportunidades comerciais e atrair investimentos para o Brasil, especialmente no setor de infraestrutura. Além da promoção do portfólio brasileiro de projetos estruturantes, a missão buscou fortalecer relações institucionais e abrir caminhos para futuras parcerias.

A delegação brasileira contou com a participação de Alexandre Araujo Carneiro, assessor especial da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI); Tatiana Riera, responsável pelo escritório da ApexBrasil em Dubai; Ana Beatriz Fernandes, representante da InvestSP nos Emirados Árabes Unidos; e Rafael Solimeo, diretor dos escritórios internacionais da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), também com base em Dubai. A missão foi acompanhada pelo Embaixador Rodrigo Gabsch, pelo ministro-conselheiro Felix Baes de Faria e por Flávio Dontal, chefe do SECOM da embaixada.

As atividades tiveram início com uma visita ao diretor-geral adjunto da Kuwait Investment Authority (KIA), Abdulaziz Alhudaib. Reconhecido como o fundo soberano mais antigo do mundo, o KIA administra ativos que superam US$ 1 trilhão, com presença consolidada em diversas regiões, incluindo América, Europa, Ásia-Pacífico e economias emergentes, com foco em projetos e empresas de alta qualidade.

Durante a reunião, Alexandre Carneiro destacou que o Brasil possui uma expressiva participação privada na área de infraestrutura, com mais de 180 projetos em andamento na carteira do PPI. Também ressaltou o protagonismo do país no cenário global, figurando, segundo a OCDE, como o segundo maior destino de investimentos estrangeiros diretos em 2023, e como um dos principais exportadores mundiais de minério de ferro, soja, carnes, maquinário e aeronaves.

Carneiro chamou atenção para os benefícios das debêntures incentivadas, que oferecem vantagens fiscais aos investidores, e para as oportunidades em leilões de ativos nos setores de energia, concessões públicas, mercado imobiliário e infraestrutura. Mencionou ainda o dinamismo da B3, maior bolsa de valores da América Latina, e destacou os investimentos de outros fundos soberanos em private equity no Brasil.

“O PPI opera como um hub eficiente, reconhecido pela transparência, previsibilidade e capacidade moderna de gestão da carteira de projetos”, afirmou.

Em uma série de reuniões, o representante do PPI relatou que, entre 2023 e 2025, foram contratados cerca de US$ 35 bilhões em investimentos em concessões e leilões estratégicos nos setores de aeroportos, reflorestamento, mobilidade urbana, mineração, petróleo e gás, saúde, rodovias, saneamento e irrigação. Ressaltou ainda a modernização do setor aeroportuário desde 2011, quando a gestão privada passou a operar nos terminais. Segundo ele, a carteira do PPI conta atualmente com 125 projetos federais e outros 58 projetos subnacionais em fase de desenvolvimento. Na área de energia, mencionou as recentes licitações em geração e transmissão.

Ao final da reunião, Abdulaziz elogiou a clareza das informações apresentadas sobre o potencial brasileiro e afirmou já conhecer o setor produtivo do país. Comentou que o fundo kuwaitiano já mantém investimentos no Brasil e se comprometeu a encaminhar as informações para os setores responsáveis, com vistas a estreitar o diálogo com as entidades participantes da missão.

Fundo Nacional para PMEs

Durante a visita ao Fundo Nacional para Pequenas e Médias Empresas (PMEs), os representantes brasileiros foram recebidos pela diretora Heba Al-Refai, pelo chefe de Gabinete Salem Al-Otaibi e por outros diretores e gestores das áreas de projetos, negócios internacionais, desenvolvimento empresarial e relações públicas.

Câmara de Comércio e Indústria do Kuwait

No dia 8, a missão seguiu com uma visita à Câmara de Comércio e Indústria do Kuwait, onde Alexandre Carneiro (SPPI) e Rafael Solimeo (CCAB) foram recebidos pelo diretor-geral interino, Sr. Emad Al-Zaid. A pauta se concentrou em apresentar oportunidades ao setor privado kuwaitiano.

A missão contribuiu significativamente para estabelecer novos canais de comunicação entre investidores do Kuwait – tanto públicos quanto privados – e as instituições brasileiras envolvidas.